Audiência debate necessidades das pessoas surdas

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No último dia 28 de setembro, foi realizada na Câmara Municipal de Vitória audiência pública com o tema: A comunidade surda e seus desafios. O encontro serviu para que pudéssemos receber representantes da Associação dos Surdos de Vitória (Assurvi-ES), que nos apresentaram diversas demandas que envolvem o acesso deles a serviços básicos, que se tornam difíceis para eles por conta da falta de intérprete ou tecnologias que facilitem a comunicação com pessoas que não falam a linguagem de Libras.

No encontro, foi possível escutar diversas histórias de pessoas com deficiência auditiva que enfrentam dificuldades para ter acesso a serviços básicos. Jaqueline Aparecida também é surda e destacou que quando precisa ir ao médico ela tem encontra obstáculos para ser bem atendida, pelo problema da comunicação.

“Como vou explicar o que eu estou sentindo? Eu faço alguns gestos, tento escrever um pouco para que o médico leia. Mas não dá pra explicar de forma clara. Se o médico entendesse a linguagem de sinais e conversasse comigo o atendimento seria muito melhor. Ou com a presença de um intérprete também já seria mais fácil”, ela contou, sendo interpretada por outra pessoa que explicou ao microfone para que todos entendessem.

Nosso próximo passo agora é levar à Prefeitura de Vitória as seguintes solicitações apresentadas pela comunidade surda: 

1) Criação da Central do Surdo

Nos moldes do serviço que já funciona em outras cidades, como São Paulo, solicitamos que a PMV avalie a possibilidade de integrar ao serviço 156 uma central de atendimento específica para os surdos. Através da qual eles possam solicitar o atendimento em serviços, como marcação de consultas e já solicitar também a presença de um intérprete que o acompanhe na consulta, por exemplo.

Ou solicitar o acompanhamento do intérprete para outras atividades, como ir a um banco, um atendimento com advogado e etc.

O acesso a esta central poderia ser dar através de telefone ou um aplicativo para celular, através do qual a pessoa com deficiência teria ainda maior facilidade para solicitar.

2) Que o Centro de Referência para Pessoas com Deficiência (CRPD) realize atividades voltadas aos surdos com a participação da ASSURVI

3) Que a PMV atenda o pedido da Assurvi, já feito em outros momentos, da cessão de um espaço para as reuniões e atividades da Assurvi

4) Que o CRPD busque melhorias no curso avançado e intermediário de Libras, com extensão da carga horária do curso.

5) Que a Secretaria Municipal de Esportes dê apoio aos esportistas surdos que precisam de auxílio para participação em competições.

Jaquelinie Aparecida também é surda e destacou a dificuldade de ser atendida por médicos

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